sábado, 14 de junho de 2008

AMAZÔNIA E MEIO AMBIENTE

Amazônia terá a segunda maior torre de medição atmosférica do mundo
05/06/2008 18:09 - Redação
A Amazônia Ocidental receberá a segunda maior torre de medição meteorológica do mundo com 300 metros. A primeira está localizada na Sibéria. O projeto Torre Alta de Observação da Amazônia (ATTO) permitirá o monitoramento de longo prazo – cerca de 30 anos – que será realizado por instituições do Brasil e na Alemanha.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), com o equipamento será possível realizar medições de forma contínua em uma área de observação com raio de centenas de quilômetros. A torre também possibilitará a comparação das emissões continentais com as naturais (camada planetária marítima).
Com a torre será possível avaliar a variação interanual da absorção de dióxido de carbono pela floresta. Tais informações são consideradas essenciais para o desenvolvimento de estratégias de redução das emissões causadas pelo desflorestamento.
O projeto está orçado em 1 milhão de euros. Para entrar em operação será necessária a concessão de licenças. A expectativa é que os trabalhos do projeto ATTO, que serão realizados por instituições do Brasil e da Alemanha, tenham início até outubro.
Do lado brasileiro, diversas instituições indicaram apoio ao projeto, como o Inpa, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Universidade de São Paulo, a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Amazonas e a Universidade do Estado do Amazonas. Do lado alemão, participarão o Ministério Nacional de Educação e Ciência, os institutos Max Planck de Química e de Biogeoquímica e a Cooperação Técnica da Alemanha (GTZ).
Segundo o pesquisador responsável pelo projeto, Juergen Kesselmeier, do Instituto Max Planck de Química, em uma altitude de 300 metros as condições são mais estáveis, o que permitirá avaliações gasosas sem interferência de outros fatores em um raio bem maior de centenas de quilômetros, diferentemente das torres atuais, que têm de 50 a 60 metros de altitude e medem as trocas gasosas apenas entre a biosfera e atmosfera.
“A nova torre possibilitará medições em um estrato da atmosfera onde não há mais variação entre o dia e a noite, fotossíntese e radiações”, disse Kesselmeier.
A grande vantagem da torre, de acordo com o pesquisador, é que ela produzirá dados parecidos com os obtidos por balões meteorológicos. Contudo, os balões sobem até um determinado ponto e têm um tempo de vida curto. Além disso, com ATTP, os dados serão fornecidos continuamente.
“A torre será o elemento entre as medições feitas, em escala, na superfície terrestre, nas copas das árvores, na biosfera e na troposfera, em uma rede de estações de monitoramento nos diferentes continentes terrestres. Os dados obtidos por satélite, por exemplo, poderão ser ajustados com os obtidos próximos à superfície”, disse.
As informações serão captadas automaticamente e enviadas para o solo. Os dados serão compartilhados entre os pesquisadores no âmbito do consórcio das instituições do Brasil e da Alemanha.
Fonte: Agência FAPESP

sexta-feira, 13 de junho de 2008


Amazônia: história, mitos e imagens
A Amazônia está novamente em pauta. Em dezembro de 1988 o assassinato de Chico Mendes fez-se acompanhar de nova onda de notícias sobre a região. Já antes disso corria mundo a informação de que a região ardia em chamas. Estava sendo devastada a maior e mais rica reserva genética do Planeta em biodiversidade.Em 1989 o grande tema privilegiado da modernidade era o meio ambiente e a sobrevivência da humanidade. A revista Time (de 2 de janeiro de 1989) elegeu como homenageado do ano o Planeta Terra em perigo.Tem sido assim: volta e meia uma avalanche de informações desencontradas, difusas, invade as capas das revistas nacionais e estrangeiras; e, como se fosse necessário tomar atitudes bruscas, apela-se para a pregação do cataclismo, do início ou quase já do fim.que devastava a natureza, numa escala que constituía um verdadeiro saque.Eli Napoleão de Limaprofessora da UFRRJ/CPDA
Fonte: Agência FAPESP